terça-feira, 19 de fevereiro de 2013


1.    O DESVENDAR DA POÉTICA PESSOAL

 

     Sempre gostei de caminhar a beira da praia, mais precisamente na Praia do Cassino, apreciando, pensando, refletindo. Aguço todos os meus sentidos em um só lugar: Cato conchas, olho o mar, me banho em suas águas salgadas, sinto a brisa bater em mim, escuto o barulho das ondas, sinto a areia em meus pés, sinto o cheiro de maresia, o sol esquentando, o cabelo voando, ouço o som da natureza. Essa mesma natureza que pede socorro, que grita e implora para que o ser humano preserve a vida dos animais que ali estão. Caminhando na praia não vi só beleza, vi animais mortos enrolados em pedaços de redes abandonadas, muito lixo jogado poluindo toda aquela beleza, pinguins e aves sujos de óleo, tartaruga, baleia, toninha, leão-marinho, todos esses animais mortos talvez pela ação do homem. Essa relação que tenho com a natureza me causa uma inquietação e necessidade de encontrar uma maneira de mostrar o amor pela natureza e ao mesmo tempo a tristeza que sinto ao me deparar com todo o caos que o homem provoca.

     E foi com a Tridimensionalidade que eu vi a possibilidade de expressar as minhas ideias de forma livre e ao término de todo o processo criativo, tinha diante dos meus olhos e ao meu alcance, o meu próprio pensamento materializado em forma de escultura e tudo isso me trouxe conhecimentos novos, me motivando em busca de mais informações. E é nessa linguagem poética que consigo me expressar, me libertar, me emocionar e ainda encontrar soluções internas e externas para dar vida a um propósito de criação.

     Quando falo em Tridimensionalidade, refiro-me a tudo aquilo que possui três dimensões, largura, altura e profundidade. Essa escolha pela linguagem tridimensional foi a mais adequada na realização dos meus objetivos, pois aumentou a chance de êxito no processo de comunicação e relação desejada com o receptor.

     Com isso me aprofundei na expressão tridimensional, da arte, fiz alguns trabalhos e pesquisas que me levaram naturalmente a enxergar o caminho que eu sempre quis trilhar, ou ainda, que eu estava trilhando.


     Produzi esculturas figurativas feitas de conchas, correspondendo a uma reflexão sobre os animais que habitam ou visitam a beira do mar, usando a concha como material expressivo. Pretendendo mostrar através das esculturas, a importância de preservar o meio ambiente, respeitando a biodiversidade, ou seja, a vida sobre a terra. A escolha da concha se dá para que a escultura tenha uma sincronia com o meio ambiente, buscando através delas, reflexões sobre questões ambientais e artísticas. A natureza sempre me servirá de referência, matéria prima e ambiente expositivo que é parte integrante em meu trabalho, por isso, decidi colocar as obras ao ar livre, em um local que tendemos a banalizar, como forma de transformar o cotidiano e romper com a inércia e a indiferença em relação à arte. Tais objetos serviram para a reflexão sobre o objeto escultórico e para o diálogo com obras de artistas os quais também circulam por esta poética. 

Essa concha me serviu, excitando a cada volta o que sou, o que eu sei, o que ignoro... Como Hamlet, pegando um crânio na lama e aproximando-o de seu rosto vivo, contempla-se horrivelmente, de alguma forma, e quase entra em sua meditação sem saída, olhar humano, esse pequeno corpo calcário, oco e espiral convoca ao seu redor uma grande quantidade de pensamentos, sendo que nenhum deles acaba... ( VALÉRY, 1999, pg.108).

 

     Para mim, assim como para o autor citado, falar sobre as conchas é algo encantador, as palavras se transformam em poesia, pois elas são verdadeiras obras de arte da natureza e cuja beleza nos deixa com dificuldade de arranjar adjetivos. Paul Valéry (1999, pág.108) contempla a sua forma com pensamentos que nunca acabam, pois esse pequeno corpo lhe causa sentimentos e sensações infinitas. As conchas também me atraem e encantam-me, não entendo o porquê de me sentir assim. Talvez pelo fato de saber que elas viveram no mar, que por lá estiveram embaladas pelas ondas, guardaram dentro de si bem protegido um ser vivo, que a certa altura morreu, e então são trazidas pelo mar, vieram dar à praia uma harmoniosa composição com sua forma misteriosa.

“Um cristal, uma flor, uma concha, destacam-se da desordem comum do conjunto das coisas sensíveis. São para nós objetos privilegiados, mais inteligíveis à vista, conquanto mais misteriosos para a reflexão que todos que vemos indistintamente”. (BACHALARD, citação de Valéry, pg. 118).

 

      No livro “A poética do espaço”, capítulo V, chamado “A concha”, há uma citação de Paul Valéry destacada acima, que traduz um pouco desse universo poético envolvendo a concha. É por tudo isso que me envolvi nesse assunto, uso a concha como um meio de expressar meus pensamentos e reflexões adquiridos ao longo das andanças pela praia, nas pesquisas realizadas no decorrer do curso de Artes Visuais, nos debates formais e informais, enfim tudo que acumulei para que eu pudesse colaborar um pouco com a arte, descobrindo a possibilidade de unir à concha a escultura.

2.    Praia do Cassino: entendendo melhor o espaço


     A Praia do Cassino está localizada na cidade de Rio Grande, no estado do Rio Grande do Sul. Com mais de cem anos, é considerado o balneário marítimo mais antigo do Brasil. Durante os meses de verão, o balneário recebe uma grande quantidade de turistas que utilizam a região costeira para recreação e lazer.

     Em 1890 o Cassino era inaugurado oficialmente com o nome de Vila Sequeira. Contam os mais velhos, que o nome Cassino se deu devido a uma grande e completíssima sala de jogos aqui instalada. Esse impecável "cassino" ficou conhecido e admirado Brasil a fora e junto veio à fama e por consequência o apelido nos velhos tempos esteve localizado no antigo Hotel Stella Maris, mais tarde Hotel Querência e atualmente um prédio antigo utilizado para fazer festas que guarda em sua fachada a modernidade dos velhos tempos.

     Hoje o Balneário do Cassino possui outra fama, talvez não na mesma proporção da antiga, mas que muito orgulha seus moradores, a de ser a maior praia do mundo em extensão. São aproximadamente 224 km de praia, localizado no Extremo Sul do país, sendo considerada uma das mais importantes praias do Rio Grande do Sul[1].

 

     Praia do Cassino, local que construo meus pensamentos, buscando sempre referência para a minha pesquisa e também o ambiente em que deposito meus trabalhos escultóricos, que se concentram entre a Estátua de Iemanjá[2] que é uma escultura da "Rainha do Mar" (Figura: 1) que foi esculpida pelo artista plástico rio-grandino, Érico Gobbi, toda em cimento, até o navio Altair[3] (Figura: 2) que ficou encalhado no inverno de 1976, devido a uma grande tempestade. Ele está localizado a 10 km ao sul da estátua da Iemanjá. O local e propício ao surf e a pesca e se tornou uma grande atração turística.

 

Figura 1: Estátua de Iemanjá, Érico Gobbi, Praia do Cassino, Imagem: Elisângela Santos, 2012, Arquivo pessoal.

 

 
                                                      
Figura 2: Navio Altair, Praia do Cassino, Imagem: Elisângela Santos, 2012, Arquivo pessoal.

 

2.1 A land arte embalada pelo mar: entendendo melhor essa vertente

     Refiro-me a Land arte ao mar, mas não só ao mar ela faz referência e sim a toda a prática artística de intervir em paisagens, formações geológicas ou qualquer cenário intocado, natural, surgida na década de 1960 e que se perpetua na até os dias atuais. Ao longe de seus mais de quarenta anos, obras de artistas consagrados se encontram recônditas em locais de difícil visitação.

     Em meados dos anos 60, artistas americanos e europeus começaram a se expressar com um novo tipo de arte contrapondo com o extremo minimalismo na composição de obras daquela época e o seu consumo alheio, junto com uma conscientização ambiental. O Land Art (arte da terra, da paisagem) talvez não possa ser chamado de um movimento artístico, mas foi uma forma de expressão que rompeu com museus e galerias. Isso porque esta arte usa como ferramenta a própria natureza, a própria paisagem se torna a moldura para a arte, e a arte a moldura da paisagem. Os materiais usados variam de pequenas folhas até pedras, elementos muitas vezes em seu estado bruto (daí é possível concluir uma relação com a Arte Povera). A “arte da paisagem” é exposta em desertos, praias, montanhas, mares e campos. Muitas vezes algumas obras desaparecem com o tempo devido a erosões e mudanças naturais. Logo, é muito difícil presenciar uma obra dessas, e seus rastros acabam aparecendo apenas em fotos e filmagens.

     O Land Art é o que podemos chamar de “dispositivo de paisagem”. São obras onde os artistas se fundem com a natureza, onde o humano e o natural se misturam em consequência da maior apreciação do ambiente ao nosso redor. E o que pode ser mais interessante do que uma obra que está em constante mudança? Que se transforma ao longo do tempo, junto com o mundo, junto com as decisões humanas? Que a cada registro é vista de modo diferente? É impressionante como uma escultura pode mudar a percepção da paisagem que vemos ao nosso redor. Algumas destas obras acabam por se decompor, tornando-se eternas e então finalmente completadas. Logo, em minha opinião não podem ser chamadas de efêmeras. Outra escultura muito conhecida é a Spiral Jetty de Robert Smithson, artista no qual trarei mais adiante em comparação com um dos meus trabalhos, um espiral feito de pedras basálticas e terra que adentra o mar com um comprimento de 457,2 metros e largura de 4 metros. Localizado em Great Salt Lake, Utah, nos Estados Unidos, o caminho foi feito em 1970 e é preservada até hoje, podendo ser visitada por quem quiser[4].  

 

2.2 Rio Grande e a Educação Ambiental

     Existem aqui alguns órgãos e instituições que cuidam da manutenção e preservação ambiental, a atividade pesqueira nessa área é bem fiscalizada e o turismo já trouxe alguns pesquisadores de várias partes do mundo com objetivo de conhecer a fauna marinha localizada na praia do Cassino, conhecida como segunda maior em extensão no mundo.

     Anualmente são levados de Rio Grande á Antártida estudantes universitários e professores que, juntamente com pesquisadores, realizam expedições com fins ambientais apoiados pela Marinha do Brasil no Navio chamado Ory Rangel.

     Por ser uma cidade portuária em desenvolvimento econômico, por possuir um setor industrial que oferece risco ao meio ambiente com a produção de fertilizantes, produtos químicos de limpeza, uma refinaria de petróleo, entre outras, abriga um cuidado ambiental especializado, dentro da estrutura de RG posso citar um núcleo de Educação Ambiental NEMA (Núcleo de Educação e Monitoramento Ambiental), responsável pela educação ambiental na comunidade costeira e atuante junto á órgãos como o Museu Oceanográfico, FURG, IBAMA, SEMA, e a própria Prefeitura Municipal, que atua solucionando os problemas ambientais. Despertando a consciência ecológica para a conservação do meio ambiente no sentido de minimizar o impacto do homem com a natureza, através de aspectos sócio-econômicos o NEMA planeja e executa projetos que visam o uso adequado dos ambientes costeiros e marinhos, oferecendo todas as informações necessárias á comunidade através de publicações, palestras e cursos.

     Alguns projetos de educação ambiental estão sendo implantados desde 1985, quando estudantes preocupados com a situação do município resolveram explorar melhor a região e deram assim o pontapé inicial para o que seria mais tarde de muita importância para a biodiversidade local.  Desde então executa convênios com instituições públicas e privadas, de porte internacional, federal, estadual e municipal. Sua função é prestar serviços para que ocorra a Gestão Ambiental despertando o interesse de instituições governamentais e a sociedade.

     Atualmente existem funcionários de áreas específicas atuando no NEMA, são oceanólogos, biólogos, geógrafos, arte-educadores, voluntários e estagiários de diversas universidades do país. Outros estados já executam trabalhos costeiros dessa região tais como; Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC), Parque Nacional Marinha dos Abrolhos (BA) e Projeto Peixe-boi Marinho (PB).

      
Nos últimos anos a questão ambiental tem sido abordada com muita competência na região de RG e arredores, devido a expansão marítima, agricultura familiar e a pesca artesanal. Temos ainda muita evolução pela frente quanto á esse aspecto , porém há uma segurança em saber que muitos são os órgãos capacitados em coordenar e implantar projetos que futuramente darão suporte ás gerações que já caminham para um planejamento ambiental nessa região.

       Entre esses estão o IBAMA que utiliza a patrulha da PM Ambiental para vistoriar a Reserva Ecológica do Taim, fazer abordagens quanto á caça e pesca predatórias na região, a SEMA que disponibiliza fiscalização, o SGA RG e a VENTO SUL capacitados para licenciamento ambiental, a FURG (com boa estrutura de pesquisa), o MUSEU OCEANOGRÁFICO com o trabalho do CRAM, que recebe animais marinhos de todos os lugares para tratamento e reabilitação para o mar, a CIRM (Comissão Interministerial para os Recursos do Mar), FNMA-MMA (Fundo nacional do meio ambiente-Ministério do Meio ambiente), FEPAM (Fundação Estadual de Meio Ambiente), que analisa constantemente a qualidade das águas da região, além de todas as Prefeituras municipais, a de RG que tem apoiado a questão do meio ambiente junto á sociedade, com a criação de um depósito para tratamento de resíduos sólidos e coleta seletiva de lixo reciclável direto nos bairros da cidade.[5]

     E é por tudo isso que percebo que são muitos os órgãos fiscalizadores, é enorme a vontade de muitas pessoas engajadas em ajudar a natureza e eu com o mínimo de contribuição, busco ajudar, com o mesmo objetivo, através da arte. O que me leva a crer que a Educação Ambiental intensificada de forma que possa atingir todos os níveis da sociedade, torna-se cada vez mais eficaz quando percebo a preocupação da comunidade em geral com a qualidade de vida do meio ambiente.

     A partir do momento em que a população conhecer as consequências de seus atos e no que isso pode interferir do outro lado do planeta, pode-se concluir que todo e qualquer que tenha sido o esforço de pesquisadores, cientistas, ativistas ou até mesmo dos que são contra atitudes preservacionistas ou conservacionistas, não foi em vão.

 
3. TRABALHO: O VISITANTE

     Caminhando na beira da praia, num desses dias de inverno, sempre em busca de elementos para a minha pesquisa, avistei um pinguim morto, estava coberto de óleo, fiquei muito triste com o seu lamentável fim. E ao refletir um pouco, lembrei logo do bicho homem, onde alguns destroem a vida dos animais como a deles próprias. Foi quando exteriorizei minha vontade de expressá-los em forma de escultura, em tamanho natural. 

     Nesse trabalho produzi uma escultura de 70 cm, feita de conchas, baseada na forma de um pinguim verdadeiro. O pinguim de referencia é da espécie pinguim de Magalhães que é geralmente o mais comum encontrado na praia do Cassino.

     A escultura intitulada “O visitante” (Figuras: 3 e 4) foi instalada na Praia do Cassino, na beira do mar, mais precisamente na direção da estátua de Iemanjá, pois é o local de maior movimento do público. E a partir de um olhar sensível para as conchas, produzi a escultura em forma de pinguim, unindo o estudo das conchas juntamente com os pinguins e pude transformar todas as ideias e estudos em produção artística. Tais objetos serviram para a reflexão sobre o objeto escultórico e para o diálogo com obras de artistas os quais também circulam por esta poética.

 

Figura 3: O visitante, Conchas, cola e tinta acrílica. Tamanho 0,70 x 0,30. Elisângela Santos, Praia do Cassino, 2011. Arquivo pessoal.

 
Figura 4: O visitante, Elisângela Santos, Praia do Cassino, 2011. Arquivo pessoal.

 

     Para debater com o meu trabalho “O visitante”, cito o artista Theo Jansen[6] mistura de artista e engenheiro, o holandês cria estranhos animais de plástico que caminham impulsionados pela força do vento, como por exemplo, a obra Animares Percipiere Thunder (Figura 5). As obras de Jansen andam, como insetos gigantescos, elas se movem pelas praias holandesas onde o artista as instala. Compostas de material leve e barato – tubos plásticos, fios de náilon, fita adesiva –, essas criaturas impressionam pela complexidade dos movimentos. Impulsionadas ao acaso, pelo vento, dão a impressão de ser vivas. Jansen quer produzir criaturas realmente "vivas", reunidas em "manadas" cujos integrantes competem entre si para se reproduzir.

 

Eu tento refazer a natureza com a ideia de que, ao fazê-lo, poderei descobrir os segredos da vida e encontrar os mesmos problemas do criador real. (JANSEN, apud EMPEL, pág.83).

 

 
    O artista busca refazer a natureza, tentado assim desvendar os mistérios da vida, os segredos da criação. Talvez seja um modo de sentir o poder de criar seres quase vivos em seu desejo de corresponder sua expectativa interior como escultor.

      

Figura 5: Animares Percipiere Thunder, Theo Jansen, 2005, Holanda, Foto: Loek Ver Der Klis. Fonte:
http://www.santafineart.com.br/santa005/

 

     Esse artista não usa elementos da natureza na construção de suas obras, mas tem a praia como ambiente especifico para que sua criação ganhe força, desse modo posso comparar suas criaturas com as minhas, uma das diferenças é que utilizo elementos da natureza, mas o local escolhido é o mesmo, a praia.

 

  
4. TRABALHO: A GRAÇA DAS GARÇAS

     Em outras caminhadas pela praia, buscando referências para a pesquisa, me deparei com a presença das garças. Fiquei ali por um longo tempo a observar seus movimentos e percebi o como somos diferentes delas, andamos sempre impacientes, fazemos tudo rápido e com pressa para chegar sei lá onde, mas as garças me mostraram que é preciso parar para poder continuar de forma mais harmoniosa. E lá estava eu novamente a beira do mar, buscando novas ideias, com meus pensamentos livres, voando feito uma garça, foi quando notei como é simples a liberdade. Ser livre como uma garça, morar em um lugar lindo, ter uma visão privilegiada da vida, com harmonia, paciência, sem pressa, sentir o vento em suas asas, planar, descansar, esperar o momento certo de seguir e assim é o momento de refletir e idealizar um novo projeto escultórico, sem pressão se concretiza o pensamento no momento certo.

          O trabalho “A graça das garças” (Figuras 6 e 7), surgiu a partir de um devaneio e de uma ânsia de preservar seu habitat natural, envolvendo tudo que está ao seu redor. E novamente um desejo de exteriorizar minha vontade de ter um mundo melhor.

     Foram realizadas 10 esculturas de conchas, que expressam as garças na beira da Praia do Cassino. E com o mesmo objetivo do trabalho anterior, chamando a atenção para a beleza e para a necessidade de cuidados com o meio ambiente.

 
 Figura 6: A graça das garças, Elisângela Santos, Praia do Cassino, 2011. Escultura de conchas, arame e tinta acrílica. Arquivo pessoal.

 
Figura 7: A graça das garças, Elisângela Santos, Praia do Cassino, 2011. Escultura de conchas, arame e tinta acrílica. Arquivo pessoal.

 

     O escultor Jason de Caires Taylor[7] criou uma série de esculturas submarinas (Figura 8), na costa da Ilha de Granada e também na costa britânica. Em um período de dois anos, as esculturas já se inseriram na paisagem marinha da região e viraram a "casa" de diversos peixes e outros animais, que usam a arte como um recife artificial.

 ... as esculturas serão uma exposição mutável conforme a natureza coloniza sua superfície e o movimento das marés dá forma e textura aos objetos. (TAYLOR, Revista Galileu).

 
     Os artistas são criativos por natureza, mas alguns realmente conseguem recriar a maneira de enxergarmos o mundo. Provavelmente já vi esculturas nos mais diferentes tipos de ambientes, mas me surpreendi ao saber que há um artista especialista em criá-las para que fiquem expostas no fundo do mar.

     Suas esculturas submarinas, pensadas para criar recifes artificiais e "colonizar" o ambiente, acabam se transformando em parte da paisagem do fundo do mar, tornando-se "casa" para diversos crustáceos e algas. (Revista época).

 

A experiência (de fazer esculturas) debaixo do mar é muito diferente. É preciso fazer considerações sobre aspectos físicos e ópticos. Os objetos parecem ser 25% maiores no mar. As cores também são afetadas porque a luz é refletida e absorvida de maneira distinta, de acordo com a profundidade. (TAYLOR, Revista Época).

 

     Assim é possível perceber a relação harmoniosa que possui as esculturas com o local escolhido, possui toda uma conexão entre arte e natureza, envolvendo todos os elementos em um só patamar,

     Em 2006, o artista ganhou fama internacional por criar o primeiro parque de esculturas submarinas, em Granada, no Caribe. Atualmente, o trabalho de Taylor também pode ser conferido em uma exposição a 8 metros de profundidade, em Cancún, no México[8].

   Figura 8: underwater sculpture, Jason Taylor, 2007, Ilha de Granada.                         Disponível em:  http://epocanegocios.globo.com/Revista/Common/0,,EMI118963-16367,00-ARTISTA+EXPOE+ESCULTURAS+NO+FUNDO+DO+MAR.html

  

     Ao usar esculturas para criar recifes artificiais, Taylor pretende enfatizar a necessidade de entendermos e preservarmos o meio ambiente. Por isso me identifiquei com seu trabalho, que tem como objetivo cuidar da natureza, da fauna marinha. Embora seja diferente em alguns aspectos, onde os dele são instalados no fundo do mar e os meus é na beira do mar, mas ambos possuem uma boa relação de preservação.

 

 
5.  TRABALHO: BALEIA MERGULHANDO


            
Figura 8: Elisângela Santos, Praia do Cassino, Baleia minke, 13/11/2011. Arquivo pessoal.

 

     A baleia minke (Figura 8) por mim registrada serviu de reflexão, pois foi à única baleia que vi pessoalmente durante a minha pesquisa, mas resolvi fazer a calda usando como referência a baleia franca, pois é uma das baleias mais avistadas na praia do cassino e por eu achar a anatomia da calda mais relevante para a construção do meu trabalho.

       A baleia franca foi intensamente caçada no Hemisfério sul entre os séculos XVII e XX. Apesar de estar protegida desde 1935, capturar ilegais de baleias francas foram realizadas, inclusive em águas brasileiras. Atualmente, as principais ameaças enfrentadas pelas baleias são as colisões com embarcações e emalhamento em artefatos de pesca. Na cidade de Rio grande, o indicativo dessa mortalidade está associada ao intenso tráfego marítimo gerado pelo superporto, cujas rotas de acesso devem seccionar os eixos migratórios sazonais das baleias. (ROCHA-CAMPOS, pág.33, 2011).

 
Figura 9: Baleia franca, Santa Catarina, 2010. Disponível em: http://viagem.uol.com.br/ultnot/2010/09/21/comeca-a-temporada-de-observacao-de-baleias-francas-em-santa-catarina.jhtm Acesso em: 17/09/2012.
 
 

          A calda da baleia colocada nas areias da praia do Cassino, intitulada “Baleia mergulhando” (Figuras 10, 11 e 12) foi instalada no dia 16/ 02/ 2013, na direção da Estátua de Iemanjá. Utilizei areia como suporte desse trabalho, não fugindo do meu objetivo de destacar as conchas como elemento principal, mas a parte superior da calda levei pronta. Resolvi ir bem cedo para a praia por volta da 6hs, para que quando os banhistas chegassem imediatamente se deparassem com esse elemento compondo a paisagem.

 

 
 Figura 10: Baleia mergulhando, Elisângela Santos, Praia do Cassino, conchas, papelão, silicone, Tamanho 1,50X 1,40, 16/02/ 2013. Arquivo pessoal.

 

 
Figura 11: Baleia mergulhando, Elisângela Santos, Praia do Cassino, conchas, papelão, silicone, Tamanho 1,50X 1,40, 16/02/ 2013. Arquivo pessoal.

 

 Figura 12: Baleia mergulhando, Elisângela Santos, Praia do Cassino, conchas, papelão, silicone, Tamanho 1,50X 1,40, 16/02/ 2013. Arquivo pessoal.

 

     Minha ideia era ver o que aconteceria com essa instalação durante o dia, ao retornar a praia às 14hs o trabalho já não se encontrava mais lá, apenas restando o suporte de areia (Figura 13), portanto não consegui avaliar algo mais.

 

Figura 13: Visualização do que restou da calda da baleia, Acervo Pessoal.

 

     Para dialogar com o trabalho “Baleia mergulhando” (Figura 10,11e 12), cito o artista plástico inglês Antony Gormley que realiza notáveis intervenções. Um de seus trabalhos chamado “Another Place”, (Figura 14) que consiste em 100 figuras em tamanho natural de ferro fundido, espalhadas por três quilômetros ao longo da praia entre Waterloo e Blundellsands, Inglaterra. Cada figura tem 1.89 cm de altura e pesa cerca de 650 kg estendendo-se quase um quilômetro para o mar, olhando para o horizonte em silenciosa expectativa. O trabalho é visto como uma resposta poética aos sentimentos individuais e universais associados com a emigração e a tristeza em deixar o lugar, mas com a esperança de um futuro novo em outro lugar.

     De acordo com Antony Gormley, Another Place "aproveita o fluxo e refluxo da maré para explorar a relação do homem com a natureza". He explains: Ele explica:

 “O mar é um bom lugar para fazer isso. Aqui o tempo é testado pela arquitetura e Maré, pelos elementos e a prevalência do céu parece questionar a substância da terra. Nesse trabalho a vida humana é testada contra o tempo planetário. Esta escultura expõe à luz e tempo, a nudez de um corpo particular e peculiar. Ele não é um herói, não é o ideal, apenas o corpo industrialmente reproduzido de um homem de meia-idade tentando se manter de pé e tentando respirar, de frente para um horizonte ocupado com navios de movimentação de materiais e coisas manufaturados ao redor do planeta.”

 

 

 

 

     Interferir no cotidiano das pessoas parece ser o forte desse artista. E interferir também sempre foi o meu propósito, procurei de alguma forma chamar a atenção das pessoas com trabalhos artísticos instalados na praia, chamando a atenção para a preservação ambiental.

 
 

6. TRABALHO: SOS TARTARUGA


      Desta vez, em mais um dia analisando a praia e os animais encontrados,     avistei uma tartaruga na beira do mar, da espécie (Chelonia Mydas) uma tartaruga verde, já morta (FIGURA 15).     

       As tartarugas marinhas, seres que passam a vida toda no mar, somente as fêmeas adultas saem para desovar nas praias. Nas águas da Praia do Cassino, encontramos cinco espécies, são elas: Cabeçuda, verde, de couro, de pente e oliva.

     A Tartaruga Verde tem o casco castanho esverdeado ou acinzentado com cerca de 1,20 metros de comprimento e pesa em média 250 kg, podendo atingir até 350 kg e alimenta-se exclusivamente de algas. Pode ser vista, com relativa facilidade, ao longo de todo o litoral brasileiro. Para desovar prefere as ilhas oceânicas, como Fernando de Noronha (PE), Atol das Rocas (RN) e Trindade (ES).

 

Figura 15: Elisângela Santos, Praia do Cassino, Tartaruga marinha, 2012. Arquivo pessoal

 

 
     O trabalho intitulado “SOS Tartaruga” (Figuras 16, 17 e 18), foi instalado na praia do Cassino, dia 20/01/2013, perto do navio encalhado Altair, ponto muito visitado pelos turistas. O trabalho levou 2hs para ser montado, tendo 1,30m de cumprimento, acompanhado das letras “SOS” cavadas na areia, fazendo uma composição com a tartaruga, as letras mediam 3m de comprimento. O trabalho foi modelado com areia do próprio ambiente acrescido de conchas também coletadas no mesmo lugar.

     Essa instalação teve o mesmo seguimento de pensamento das outras, buscando novamente a reflexão sobre a preservação ambiental marinha, a mesma foi abandonada na areia, para os que passarem por lá tivessem um minuto de reflexão e que de alguma forma isso contribua.

 

Figura 16: SOS Tartaruga, Elisângela Santos, Praia do Cassino, 20/01/2013. Arquivo pessoal.

 
Figura 17: SOS Tartaruga, Elisângela Santos, Praia do Cassino, 20/01/2013. Arquivo pessoal.

 

                 Figura 18: SOS Tartaruga, Elisângela Santos, Praia do Cassino, 20/01/2013. Arquivo pessoal.

 

      Dialogo dessa vez com o artista Robert Smithson teve a ideia de produzir arte a partir de uma nova espécie de readymade: a terra, enquanto lugar em constante transformação. "Um grande artista - escreve Smithson - pode realizar arte simplesmente com o olhar. Uma série de olhares podem ser tão sólidos como qualquer coisa ou lugar, mas a sociedade continua a valorizar apenas os objetos de arte". Não podemos esquecer que a obra para um sítio específico evidencia que o lugar está em permanente mutação. É a própria intervenção artística que possibilita uma nova maneira de apreender e vivenciar o lugar, buscando novas significações e novos modos de ver. O espectador tem desse modo a sua capacidade de observação questionada, a percepção exige um trabalho: caminhar, investigar. Ver com os pés. Robert Smithson é o mais importante precursor dessa estratégia vivencial e artística. Os lugares confirmam-se assim enquanto monumentos da natureza, como dimensões de espaço e tempo que transcendem a experiência e a capacidade individuais. As operações pontuais que o artista exerce sobre elas não procuram adequar-se ao lugar, criar um sentido de identidade, mas confrontar o observador com a complexidade e a instabilidade dessas configurações. (ARQA, 2009).[9]

     Lama, pedras e cristais de sal formam um espiral (Spiral Jetty, figura 12) de 460 m de comprimento e 4,5 m de altura no lago de água salgada de Utah, nos Estados Unidos. Construída em 1970, a intervenção do americano resiste ao tempo e pode ser vista nos dias de hoje durante o período de baixa da lagoa. (VOGUE, 2012)[10]

 
Figura 19: Spiral Jetty, costa do Great Lake, no estado do Utah, 1970.       Fonte: http://www.revarqa.com/content/1/198/robert-smithson/ Acesso em: 23/01/2013.

 

      Identifiquei-me com seu trabalho no modo como ele se relaciona com o espaço, é um trabalho pensado especificamente para aquele lugar, onde o mesmo faz parte da natureza e só tem sentido naquele local escolhido e idealizado por um grande tempo anterior a sua intervenção, buscando a concretização material e real de tudo aquilo que só existia na imaginação.

7.  TRABALHO: PEIXES NA REDE


 

     Esse trabalho “Peixes na rede” (Figuras 20 e 21) também foi instalado na Praia do Cassino no dia 09/02/2013, na direção da Iemanjá, perto das dunas. Composta de uma rede de pesca encontrada abandonada na beira da orla, e agreguei a ela três peixes feitos de conchas. O trabalho “Peixes na rede” faz referência à pesca predatória que é aquela que retira do meio ambiente, mais do que ele consegue repor, diminuindo a população de peixes e mesmo de plantas do ecossistema. A pesca predatória tem consequências desastrosas, podendo limitar a produtividade pesqueira, quer seja do ponto de vista biológico, quer econômico.

O crescimento econômico e a modernização impulsionam investimentos em novas tecnologias de pesca, que não só influenciam a escala das capturas como alteram qualitativamente a forma como o pescado é capturado. (ROCHA-CAMPOS, pág.58, 2011).

 
     Muitos ecologistas marinhos acreditam que a maior ameaça aos ecossistemas marinhos nos dias de hoje seja a pesca em excesso. Nosso apetite por peixe está excedendo os limites ecológicos dos oceanos, com impactos devastadores em muitos ecossistemas. Os cientistas advertem que o excesso de pesca resulta em profundas alterações nos oceanos, mudando-os talvez para sempre.

 
 
Figura 20: Peixes na rede, Praia do Cassino, Elisângela Santos, concha. Cola, papelão, rede, 2013. Acervo Pessoal.

 


Figura 21: Peixes na rede, Praia do Cassino, Elisângela Santos, concha, Cola, papelão, rede, 2013. Acervo Pessoal.

 

 

     Para dialogar com a minha proposta, cito a artista, Ann Carrington, que estudou na Bourneville College of Art, Birmingham e The Royal College of Art de se formou em 1987. Uma de suas criações preferidas foi “Shell Ladies” (Figura 22), instaladas no final de 2009, no cais olhando para o mar. A artista ganhou um concurso nacional uma escultura pública para a cidade de Margarete, (Margaret é uma cidade pequena ao lado do mar, famosa por suas belas praias na Austrália). Carrigton, na sua juventude costumava visitar as lojas de souvenirs em Margarete e elas estavam cheias de senhoras feitas de conchas do mar, por isso a ideia para a escultura que tinha muita relação com a cidade. Quando foi contratada para fazer obras de arte para Margate ela decidiu fazer 12 senhoras tamanho real do escudo de conchas de vieira reais recolhidos de pescadores locais. As conchas de vieira tem forma de leque, com seu padrão de pregas radiantes, são apreciadas por colecionadores e , ostentado pelos peregrinos a Santiago de Compostela. É também a concha representada em O Nascimento de Vênus de Botticelli[11].

         Dessa forma, tento comparar meu trabalho “Peixes na rede” (Figuras 20 e 21) com a artista Ann Carrington, tanto ela quanto eu, usamos desta vez, a repetição de objetos no meu caso, utilizei vários peixes feitos de concha e Carrington várias figuras humanas femininas de conchas


 


Figura 22: Shell Ladies, Ann Carrigton, Margate Sands, 2009. Fonte: http://www.anncarrington.co.uk/the-shell-ladies Acesso em 19/05/2012

 

      E uma das questôes que busco referência é o local da instalação, a praia. Com objetivos diferentes, mas com igual desejo de se fazer entender em seu pensamento, onde a praia é o local ideal para ambas e onde a concha é importante para a concretização do pensamento.

 

8. REGISTROS PRECURSORES PARA REALIZAÇÃO DE NOVOS ANSEIOS

           

     Para cumprir-se esta pesquisa tive como trajetória e motivação o desenvolvimento de um trabalho prático, que tem como tema principal, as conchas juntamente com construções e reflexões artísticas. Neste percurso, percebendo em mim um amadurecimento que levou a refletir sobre essa junção entre arte e natureza, sendo possível de forma harmoniosa contemplar as ideias num único conjunto de linguagem.

     A pesquisa tornou-se mais consistente quando encontrei referências em outros artistas, dessa forma percebo que minhas esculturas não servirão apenas como base para o trabalho de conclusão de curso, mas que possibilitaram o início de uma produção artística. Também pude compreender que as criações tridimensionais realizados na disciplina de Introdução a Tridimensionalidade, foram apenas o início, o caminho que me levou ao prazer do ato de conceber algo que me possibilite exteriorizar todo o meu desejo de unir a arte a natureza, e a concretização de desejos a partir da ideia de preservação não só da natureza como também da arte. Essa vontade que me leva a criar trabalhos que sirvam de apelo, de reflexão e de consciência de cuidar do que é nosso, do nosso mundo, do nosso mar, da nossa praia, dos seres vivos, da fauna marinha e nunca distanciando o pensamento de unir tudo isso a arte.

     Penso que minha experiência como alguém engajada a contribuir com a pesquisa e a criação sobre a preservação ambiental, principalmente da fauna marinha em forma de arte não tenha acabado, porque esse desejo sempre esteve presente na minha vida e que se tornou mais forte na minha vida acadêmica. Este trabalho bem como minha produção poética não está encerrado, continuo criando e refletindo, e esses trabalhos, que foram aqui concebidos, foram só os pioneiros de uma longa caminhada que ainda pretendo trilhar. Por isso e pelo ato de continuar buscando possibilidades em preservar não só a natureza como também a arte, não me dou por satisfeita e sigo almejando novos horizontes para o meu processo criativo.

     Concluo que ao término de todo esse processo, ainda não alcancei todos os objetivos pretendidos, acredito que de alguma forma tudo o que fiz fez diferença, apesar de ter atingido poucas pessoas e ainda por eu não ter conseguido, muitas vezes, analisar a reação do público, após ter abandonado a obra na praia.

O artista, impulsionado a vencer o desafio, sai em busca da satisfação de sua necessidade. Ele é seduzido pela concretização desse desejo que por ser operante, o leva a ação. (Cecília Salles, pg.29).

 

      E foi exatamente o que senti no decorrer de toda a pesquisa, pois o processo de criação é um caminho nebuloso e tenso, é um percurso para organizar as ideias, planos e possibilidades. O anseio em tornar a ideia em realidade é algo que move o desejo para expressar na obra tudo o que almejamos.

          Cada criação reflete os princípios, os propósitos, as convicções, as ideologias do seu criador, ou seja, o artista revela-se plenamente e inteiramente em suas criações artísticas. Mas nesse percurso muitas ideias mudam, a obra vai se moldando ao momento, se encaixando conforme as necessidades. É um processo contínuo, o trajeto muda a todo o momento, o meu pelo menos mudou, o trabalho quando está no campo das ideias é muito superficial e só passei a compreendê-lo no momento de torná-los concretos até o dia de colocá-los na praia.

     Ao término dessa pesquisa, sinto que embora eu tenha amadurecido muito e que tenha conseguido de alguma forma colaborar com a arte, ainda posso e devo continuar buscando formas de melhorar, principalmente no sentido de manter um contato maior com as pessoas



 



6. REFERÊNCIAS:

            
BACHELARD, Gaston. A poética do espaço, Cap.5: A concha, São Paulo: Martins Fontes, 1993.
  EMPEL, Ruud Van, Revista Santa Arte Magazine, Editora Cerebelo Art, Rio de Janeiro, RJ, 2010. Disponível em: http://www.santafineart.com.br/santa005/ Acesso em 07 de Fevereiro de 2013.
ÉPOCA, Redação, Revista Época Negócios, Artista expõe esculturas no fundo do mar, Jason Taylor, Editora Globo, São Paulo, SP, 2010. Disponível em: http://epocanegocios.globo.com/Revista/Common/0,,EMI118963-16367,00-ARTISTA+EXPOE+ESCULTURAS+NO+FUNDO+DO+MAR.html Acesso em 20 de Janeiro de 2013.
 GALILEU, Redação, Revista Galileu, Esculturas submarinas viram parte da paisagem oceânica, Jason Taylor, Editora Globo, São Paulo, SP, 2010. Disponível em: http://revistagalileu.globo.com/Revista/Common/0,,EMI180153-17770,00ESCULTURAS+SUBMARINAS+VIRAM+PARTE+DA+PAISAGEM+OCEANICA.html Acesso em 13 de Janeiro de 2013.
REVISTA PEGN, Pequenas empresas grandes negócios, Editora Globo S/A, edição 285, Outubro de 2012.
ROCHA-CAMPOS, Claudia C., Plano de ação nacional para conservação dos mamíferos aquáticos: grandes cetáceos e pinípedes: versão III, Brasília,DF, 2011.
 SALLES, Cecília. Gesto Inacabado: processo de criação artística, São Paulo: FAFESP: Annablume, 1998.
SANTOS, David. REVISTA ARQA, Arquitectura e Arte Contemporâneas, Robert Smithson: Tempo, entropia e arte, Lisboa: Editor Futurmagazine – Soc.      Editora Lda, Lisboa, 2009. Disponível em: http://www.revarqa.com/content/1/198/robert-smithson/ Acesso em 10 dez 2012.
VALÉRY, Paul. Variedades. Editora: Iluminuras LTDA, São Paulo, SP, 1999.
VOGUE, REVISTA CASA VOGUE. Land Arte: Obras de arte feitas na natureza, Robert Smithson, 2012. Disponível em:  http://casavogue.globo.com/LazerCultura/noticia/2012/05/top-10-obras-de-arte-feitas-na-natureza.html Acesso em 11 de Novembro de 2012.                     
LUCAS, Arquitetônico: Arte, cultura e arquitetura, Land Art, A arte de apreciar a paisagem, 2011. Disponível em:  http://www.arquitetonico.ufsc.br/land-art Acesso em: 14 de Outubro de 2012.
 COELHO, Débora Machado, Web artigos, Meio Ambiente, 2011. Disponível em: http://www.webartigos.com/artigos/rio-grande/58779/ Acesso em: 20 de Dezembro de 2012.